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Diferenças das Réplicas de Relógios

Diferenças entre Réplicas de Relógios

As réplicas de relógios são cópias quase fiéis de marcas de grifes famosas; muitas são percebidas apenas por peritos. Geralmente a diferença reside apenas na máquina do relógio, o restante (material de fabricação, logomarca no mostrador, peso, pulseira e caixa) é idêntico ao original. Porém a casa ano as réplicas vem equipadas com maquinário de ótima qualidade nas réplicas Italianas Citizen e nas Suiças ETA e Valjoux.

 

Não Confunda Réplica com Falsificação.

As réplicas são construídas com todos os detalhes do original, sendo necessária a análise de um especialista para diferenciá-las dos originais. Têm a autorização da original para a sua produção. Já a falsificação é produzida com material muito inferior, com péssima qualidade e funcionamento.

Vamos conhecer as principais caracteristicas das Réplicas
- Em sua maioria não são à prova d’água, mas sim resistentes a mergulhos e banhos frios, resistem a até 20 metros de profundidade e são Relógios banhados com dourado imitando ouro e não podem ser usados em piscinas, devido ao cloro.
- Existem réplicas de qualidades diferentes: com pulseira e caixa de primeira linha e maquinário de segunda linha, também existem réplicas feitas toda em primeira linha, mas com bateria de segunda.


Em janeiro de 1874, Ernest Francillon, proprietário da Longines, emitiu o seguinte comunicado, que traduzimos livremente para o português:

Aviso

Em conseqüência de tentativas que estão sendo feitas para imitar produtos de minha manufatura, julgo apropriado informar ao Comércio, que todos os Relógios e Movimentos produzidos em meu Estabelecimento, recebem o registro Marca Registrada, consistindo de uma ampulheta com asas (figura – desenho) e a palavra “Longines”, um ou ambos, e não serão genuínos, exceto se estiverem com o devido registro.

Longines Watch Company, St Imier, Suíça, 2 de janeiro de 1874 Ernest Francillon


Este documento mostra que a imitação ou falsificação de relógios não é uma atividade recente e que também há muito tempo é objeto de preocupação das marcas.

The Progressive Policy Institute, uma entidade com sede em Washington (DC) e mantida pelo governo americano, estima que a falsificação de produtos movimente algo como US$ 650 bilhões por ano, ou seja, 5% a 7% do valor total do comércio mundial, o que não é pouco.

No caso de relógios, estima-se que 40 milhões de unidades falsificadas são colocadas anualmente no mercado. Esta quantidade equivale a 1,5 vezes a produção anual de relógios na Suíça, que atingiu 29 milhões de unidades em 2012 e movimentou 18 bilhões de francos suíços.

A falsificação de produtos é um crime que apresenta baixos riscos e altas recompensas, uma vez que a investigação e os procedimentos legais que possam levar os criminosos à prisão são demorados. A lei brasileira, por exemplo, exige que a empresa produtora ou detentora da marca se manifeste oficialmente que está sendo prejudicada pela falsificação de seus produtos, para que o poder legal possa realizar a busca e apreensão dos falsos produtos.

Uma pessoa que compre um relógio falsificado por um preço muito abaixo do original e depois alegue que o produto não correspondeu às suas expectativas, ela muito provavelmente não terá amparo legal. Nesse caso, pode até ter que responder judicialmente, uma vez que a interpretação legal é de que essa pessoa não poderia demonstrar desconhecimento que o produto adquirido poderia ter origem ilícita, dado a expressiva diferença de preços.

Este conjunto de situações, de certa maneira, estimulou o desenvolvimento desse tipo de crime e tornou a indústria da falsificação uma realidade. Trata-se de uma atividade que prospera através de várias etapas, envolvendo um número razoável de pessoas, desde a fabricação propriamente dita do bem que se deseja falsificar, até sua comercialização final ou fase de integração, quando chega a se infiltrar no comércio legal.

Os produtos objeto de falsificação podem ser classificados em duas categorias: aqueles de uso contínuo ou quase contínuo, principalmente bens de consumo, como alguns tipos de alimentos, cigarros, medicamentos e de informática (softwares). A segunda categoria são os bens de maior valor agregado, com forte apelo comercial, de marcas bem-sucedidas, como produtos eletrônicos, hardwares e outros bens de luxo, como vestuário, acessórios, óculos, perfumes, relógios e, em menor escala, carros esportivos!

Uma questão que surge freqüentemente é a seguinte: por que os fabricantes originais não reduzem os preços para tornar seus produtos mais acessíveis e assim inibir a falsificação?

A questão procede, mas não é fácil de ser respondida, pois um produto e a respectiva marca, para serem bem-sucedidos e se firmarem no mercado, exige-se tempo, além de vultosos investimentos em Pesquisa & Desenvolvimento (R & D) e estratégias de marketing bem planejadas. Os riscos do negócio são geralmente altos, os quais, em contrapartida, exigem um retorno elevado, que está incorporado no preço final do produto.

Com relação aos produtos de consumo contínuo ou quase contínuo, os fabricantes originais procuram constantemente reduzir custos, não só para desestimular eventuais imitações ou falsificações, mas principalmente para enfrentar seus concorrentes no mercado. No Brasil, tivemos no passado um exemplo que se enquadra na pergunta acima, que foi a introdução dos medicamentos genéricos, tornando estes produtos mais acessíveis. Neste caso, houve certa negligência ou demora dos laboratórios em tomar a iniciativa, criando um produto mais barato e, portanto, teriam evitado a interferência do governo no negócio.

No caso da indústria relojoeira, sobretudo dos relógios de maior valor e conteúdo tecnológico, a redução de preços precisa ser significativa para provocar uma maior demanda. Contudo, isto é conflitante com o objetivo da empresa de não banalizar o produto. O fabricante deseja manter a fidelidade ou estima da marca e maximizar o retorno de seus investimentos no longo prazo.

Cabe aqui fazer uma distinção entre imitação e falsificação. O sentido que atribuímos à imitação é quando uma firma concorrente, legalmente constituída, lança no mercado um produto com visual semelhante, com sua própria marca fantasia e com preço bem inferior. O movimento do relógio geralmente é a quartzo, o que reduz sensivelmente o custo de produção. Os materiais utilizados e o acabamento não são os mesmos do fabricante original. Em alguns casos, a patente do modelo original já venceu e se tornou de domínio público. Portanto, se a atividade de imitação peca pela falta de originalidade, apropriando-se de uma idéia ou concepção de modelo que não é sua, ela não se constitui a princípio em uma atividade ilegal, como é o caso da falsificação.

A falsificação, ao contrário, usa a mesma marca e logotipo do original, com o mesmo visual e tamanho de caixa, isto é, tenta-se reproduzir exatamente o modelo original. Tudo isso por um preço que, em alguns casos, alcança 25% do preço de venda do original em loja.

A falsificação de relógios ganhou maior dimensão há duas ou três décadas. O relógio-alvo foi o Rolex, já que é mundialmente conhecido pela sua qualidade e com modelos emblemáticos. Inicialmente foi com o modelo Submariner. Em seguida foi o modelo Rolex Day-Date, cuja caixa e bracelete originais são confeccionados em ouro branco ou amarelo. Mais recentemente, falsifica-se praticamente toda a linha de modelos dessa marca, sejam masculinos ou femininos.

No início, as falsificações eram grosseiras e qualquer pessoa com um pouco mais de conhecimento notava que se tratava de um produto falso. Os sinais mais evidentes de que a peça é falsificada são o vidro que cobre o mostrador, geralmente em formato ligeiramente côncavo, como se fosse uma lente de aumento e não tão translúcido, o polimento total da caixa de aço, dando um brilho exagerado ao relógio e finalmente o péssimo acabamento e detalhes do mostrador. Quando se falsifica um relógio com várias complicações, como um cronógrafo, por exemplo, as funções são meramente decorativas e não funcionam e quando funcionam, podem quebrar a qualquer momento.

Ao mesmo tempo em que a indústria relojoeira se desenvolveu tecnicamente, oferecendo produtos de melhor qualidade e maior opção de modelos, paralelamente a indústria de falsificação também se aperfeiçoou. Os comerciantes de produtos falsificados passaram também a utilizar o termo réplica, substituindo a palavra cópia, na tentativa de valorizar ou melhorar a imagem do produto falsificado.

Existem falsificações altamente sofisticadas. Recentemente tivemos a oportunidade de ver duas peças falsificadas de marcas de prestígio, as quais, segundo o comerciante, foram produzidas na Itália. No primeiro relógio, a caixa recebeu um banho de ouro rosa, o vidro protetor do mostrador e do fundo do relógio que deixa visível o mecanismo, era de safira. O movimento, automático e o vendedor disse ser uma máquina ETA. Ou seja, se verdadeira, é de boa qualidade. A massa oscilante do movimento automático imitava quase que perfeitamente o formato original. Ou seja, a peça impressionava pelos detalhes. O preço? Equivalente a 2 mil dólares, enquanto que o relógio original, com caixa em ouro rosa maciço, custa no exterior cerca de 20 mil francos suíços, aproximadamente.

O segundo relógio era para mergulho, caixa em aço, pulseira de borracha e movimento automático. Porém, a tonalidade de uma das cores do mostrador não era exatamente na mesma tonalidade do original e seu preço estava ao redor de R$ 4 mil, menos de dois mil dólares. Neste caso, o preço do falsificado correspondeu a 25% do preço do relógio original no exterior.

Os dois exemplos acima são quase exceções, pois o preço médio de um relógio falsificado que não tenha sido fabricado na China está entre R$ 500,00 e R$ 700,00. Geralmente são com movimento a quartzo ou mecânicos de procedência russa, por exemplo.

Compensa desembolsar as quantias acima por um relógio falsificado? Nossa opinião é não.

Primeiro porque com aqueles valores, é possível comprar relógios mecânicos de muito boa qualidade, de marcas conhecidas e com garantia do fabricante. O usuário tem certeza que está usando um produto original.

Segundo, porque os produtos falsificados tem maior chance de apresentar defeitos de fabricação. Outro aspecto é o aço utilizado na confecção da caixa, que não obedece a certas normas de qualidade e com o tempo pode apresentar sinais de corrosão devido à umidade a que estamos expostos em países tropicais como o Brasil. Outro fato importante refere-se à pulseira, seja de aço ou de qualquer outro material, não recebe tratamento antialérgico, como ocorre hoje com os produtos originais.

Terceiro, tivemos a oportunidade de constatar que os falsificadores chegam a criar modelos que não existem ou que não fazem parte do catálogo do fabricante original. Neste caso, o comprador foi enganado duplamente.

Em quarto lugar, temos o aspecto segurança. O susto, trauma ou constrangimento será igual ao se ele tiver usando um relógio original e talvez maior em algumas situações. Corre-se o risco do criminoso perceber no ato do assalto que o relógio não é original e agir com maior violência sobre a vítima. Nesta situação o prejuízo material deixa de ser relevante, pois o que importa é sair ileso.

No Brasil, a elevada taxação sobre relógios importados e a possibilidade do possuidor de um relógio caro ser assaltado, são dois motivos que levam muitas pessoas optar pela compra de uma peça falsificada. Os altos impostos no país, de fato, inibem a criação de um mercado voltado para relógios de maior valor e qualidade.

Para os leitores que tiverem maior interesse em se aprofundar no assunto, sugerimos a leitura de um livro publicado em 2006, cujo título é Vraies et fausses montres: le livre de référence des contrefaçons de montres bracelets (Relógios verdadeiros e falsos: o livro de referência de falsos relógios de pulso), de autoria de Fabrice Guéroux (editora Argus Valentines, 2006, Luxemburgo, ISBN 2-919769-20-0).

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